Por Patrícia Magalhães:
FOGO
O desenho espraia-se numa forma quase circular, como que a desejar que aquilo que representa já estivesse circunscrito.
Em cima, perfilam-se verticalmente várias linhas quebradas, traçadas a negro em distâncias tão ritmadas como as árvores que antes ali estavam plantadas e cujos troncos, agora calcinados, permanecem e se prolongam, em ziguezague, tal como as debeladas tentativas de todos os que tentam combater as chamas.
Ao centro uma figura agachada sobre os cotovelos e os joelhos, tapa o rosto com uma mão tentando esconder-se da vergonha, da tristeza e do medo, enquanto a outra mão lhe rodeia o pescoço, num estrangulamento suave que tanto significa uma morte lenta e dolorosa, como exprime a dificuldade em respirar, em engolir, em seguir vivendo.
Por baixo, rodeando a figura, há um vestígio líquido muito negro que nos devolve o reflexo sujo da desgraça, do céu preto de fuligem e das incontáveis lágrimas derramadas mas que não chegam para apagar o fogo.
FOGO
O desenho espraia-se numa forma quase circular, como que a desejar que aquilo que representa já estivesse circunscrito.
Em cima, perfilam-se verticalmente várias linhas quebradas, traçadas a negro em distâncias tão ritmadas como as árvores que antes ali estavam plantadas e cujos troncos, agora calcinados, permanecem e se prolongam, em ziguezague, tal como as debeladas tentativas de todos os que tentam combater as chamas.
Ao centro uma figura agachada sobre os cotovelos e os joelhos, tapa o rosto com uma mão tentando esconder-se da vergonha, da tristeza e do medo, enquanto a outra mão lhe rodeia o pescoço, num estrangulamento suave que tanto significa uma morte lenta e dolorosa, como exprime a dificuldade em respirar, em engolir, em seguir vivendo.
Por baixo, rodeando a figura, há um vestígio líquido muito negro que nos devolve o reflexo sujo da desgraça, do céu preto de fuligem e das incontáveis lágrimas derramadas mas que não chegam para apagar o fogo.
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Ao meu lado existe o vosso lado, e aqui é o vosso espaço. Desejo imenso ler-vos !