quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Aprendiz



Ensinaste-me e eu aprendi.

Ouvi todas as tuas palavras e segurei-as como pude e soube.

Confesso que tive medo que se te perdece as perdesse também,

mas nelas dizias que se as agarrasse,  nada mais existiria que temer.



 

E eu aprendi…

 Contigo, aprendi:que depois do depois a estrada não finda antes da hora certa,

que depois das palavras o silêncio partilha connosco do mesmo copo o travo do que se disse e do que, porventura,  ficou por dizer.

Aprendi que o tempo é percorrivel, intocável, fazível e eu fiz tempo, com o tempo, no tempo que me ensinaste que eu tinha.

Eu aprendi e já não esqueço, que os medos são transformáveis e os beijos apetecíveis,

e os sonhos, concretisáveis, se quisermos, se sonharmos, sem temor;

não podemos baixar os braços, os lábios, pôr trancas à vida que a vida não precisa ter.

Aprendi que mesmo que a pulso todo o caminho é fazível, o erro, corrigível e o amor transformável.

Aprendi que a sulidão descobre-nos enfrenta-nos e inflama os fogos que existem cá dentro, que queimam mas não vemos e ainda assim,  tapamos com motivos que desculpam as nossas ações.


Aprendi a ter mais coragem do que loucura, mais desapego que necessidade

 e que mão na mão não é confirmação de um para sempre

e que se me sobrarem caminhos o meu dever é percorrê-los;

e mesmo que me custe, perdoar quem tiver outros caminhos a percorrer, sem rancor, sem remorsos,,

porque os caminhos que seguimos são cruzáveis mas não são igualáveis.


Aprendi tanto e não sabia que haveria tanto por aprender contigo…

aprendi que viver é um caderno em branco que vamos escrevendo;

que lutar, perder ou ganhar, são livros de ensinamentos;

que querer bem a alguém é deixá-lo desbravar fronteiras e infrentar batalhas;

e ao fim de cada dia estar de coração ao lado do coração de quem bem se quer.


Aprendi que tanto mais há para aprender, sobre a vida, o mundo e o ser…

e que quando o teu abraço me deixar, eu ainda serei a mesma,

porque distância não é abandono e desencontro não é esquecimento.


Aprendi que serei sempre aprendiz por toda a vida e que a cada poema que escreva, ficam tantos mais poemas por escrever.



Que por toda a vida seja Aprendiz.


Que por toda a vida haja tanto para ensinar…







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