Ensinaste-me e eu aprendi.
Ouvi todas as tuas palavras e segurei-as como pude e soube.
Confesso que tive medo que se te perdece as perdesse também,
mas nelas dizias que se as agarrasse, nada mais existiria que temer.
E eu aprendi…
Contigo, aprendi:que depois do depois a estrada não finda antes da hora certa,
que depois das palavras o silêncio partilha connosco do mesmo copo o travo do que se disse e do que, porventura, ficou por dizer.
Aprendi que o tempo é percorrivel, intocável, fazível e eu fiz tempo, com o tempo, no tempo que me ensinaste que eu tinha.
Eu aprendi e já não esqueço, que os medos são transformáveis e os beijos apetecíveis,
e os sonhos, concretisáveis, se quisermos, se sonharmos, sem temor;
não podemos baixar os braços, os lábios, pôr trancas à vida que a vida não precisa ter.
Aprendi que mesmo que a pulso todo o caminho é fazível, o erro, corrigível e o amor transformável.
Aprendi que a sulidão descobre-nos enfrenta-nos e inflama os fogos que existem cá dentro, que queimam mas não vemos e ainda assim, tapamos com motivos que desculpam as nossas ações.
Aprendi a ter mais coragem do que loucura, mais desapego que necessidade
e que mão na mão não é confirmação de um para sempre
e que se me sobrarem caminhos o meu dever é percorrê-los;
e mesmo que me custe, perdoar quem tiver outros caminhos a percorrer, sem rancor, sem remorsos,,
porque os caminhos que seguimos são cruzáveis mas não são igualáveis.
Aprendi tanto e não sabia que haveria tanto por aprender contigo…
aprendi que viver é um caderno em branco que vamos escrevendo;
que lutar, perder ou ganhar, são livros de ensinamentos;
que querer bem a alguém é deixá-lo desbravar fronteiras e infrentar batalhas;
e ao fim de cada dia estar de coração ao lado do coração de quem bem se quer.
Aprendi que tanto mais há para aprender, sobre a vida, o mundo e o ser…
e que quando o teu abraço me deixar, eu ainda serei a mesma,
porque distância não é abandono e desencontro não é esquecimento.
Aprendi que serei sempre aprendiz por toda a vida e que a cada poema que escreva, ficam tantos mais poemas por escrever.
Que por toda a vida seja Aprendiz.
Que por toda a vida haja tanto para ensinar…
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