Olho o espelho presente.
A ausência refletida nos meus olhos
Dita a sentença de todas as perdas.
De súbito, o passar dos anos parece-me tão descabido.
É que de tudo o que me trouxeram, pouco me preenche - nem mesmo tu,
que não me sobraste.
Vejo marcas no rosto, refletidas.
Ah, e a dor, estampada nos olhos;
e as lágrimas, atrevidas, brilhantes
aos cantos dos olhos – olhos que já
não te vêm; já não te trazem ao ~meu peito.
E o espelho, calado, soturno,
reflete o silêncio sisudo que deixaste.
É como um mergulho no escuro, que mergulho
friamente, à procura de não sentir a falta
de quem a lembrança presente não me
devolve, por nada.
Juro todos os dias que:
a próxima noite será a última
que te lembro, que te permito voltares ao meu lado.
Mas… Nem a próxima noite é a última,
Nem os dias que faço promessas
são iguais, como iguais
não são os olhos que se
refletem no espelho, inundados de uma ausência de ti
que nenhum amor no mundo consegue justificar.
Porque nenhum amor no mundo consegue justificar a dor
de não se poder amar quem nunca se quis perder.
*
Quando a ausência dói... A noite volta sempre...
ResponderEliminarFrancamente Bom, especialmente as 3 primeiras estrofes, na minha opinião!
ResponderEliminarForça para noite de sábado no próximo fds
Rui