Demora-te em mim como em mim
se demorou a saudade de ti.
Demoro-me em ti, como em ti
desejei que se demorasse tudo o que te quis dedicar.
Que se demore tudo o que pudermos ter p'ra demorar.
Que se demore a chegar o fim do nada que temos, diante tudo o que somos.
Há uma demora qualquer que nos afasta - a mesma
demora, que nos faz voltar e, não
nos deixa esquecer:
os teus dedos quentes, demorados,
no meu rosto;
E os teus lábios, exigentes, nos meus lábios;
e os nossos corpos que se demoram nos momentos
que desejamos, sem motivo, sem explicação...
E depois, quando toda a demora tiver fim,
que se demore o adeus - aquele adeus.
O mesmo que vi nos nossos gestos.
O mesmo adeus que me dizes por palavras, mas contrarias quando me abraças.
Porque no teu abraço, cabe-nos o mundo...
assim como no meu peito existe e cabe-me o teu lugar.
*
A "demora" quando é a nosso favor pode ser muito boa não é?
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