Estou tão vazia, tão fria,
tão insípida, tão sem cor.
Levaram-me a vida, a alma – se é que a tive;
e levaram-me a crença num amanhã que era p’ra vir, sei lá.
Estou tão vazia, mais amarga,
mais só corpo que outra coisa qualquer.
A vida foi-se-me no tempo de ontem e, o que hoje me resta,
é o resto de um ser sem ser, que tem o meu nome e
a fisionomia, que se apagará,
quando mais nada sobrar
p’ra dizer sobre mim.
*
28-11-2011. In O Meu Mundo do Avesso.
É uma das exceções poéticas adicionadas a esta coleção, cuja proza é o estilo predominante, contudo, não único.
Mais um delicioso poema Jo!
ResponderEliminarParabéns, amiga!
Grata amigo! Um abraço! :)
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