Esperei-te serena, como quem espera chegar
mais um dia indiferente.
Eu sei que esta é como as outras vezes que
vais e vens com a mesma despreocupação de sempre.
Nem uma promessa de que ficas, nem um ficar por mais tempo
que o que eu já sei ou prevejo até chegar
a hora de partires.
Já não te peço nada, já não te digo nada mais.
Tu vais embora mas amanhã será
muito tarde para voltares a este lugar que não é nosso;
porque o que era nosso, tu destruíste e só o que é meu agora,
é que já não é a mesma coisa guardada para ti,
para aquelas vezes que te apetece voltar.
Não voltes amanhã ao meu peito,
porque a saudade expulsou de mim o que eu sentia…
e por muito que eu te amace outra vez,
o desamor tomou conta do resto de paixão que deixámos espalhado pela casa;
e então,
o desalento é a última palavra que escrevo com o pó que nos tornámos aos poucos,
durante todas as vezes em que a única coisa que tive de ti,
foi um momento e nada mais.
*
Muito bonito.
ResponderEliminarMuito obrigada!
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