Ela é ela, e ser apenas isso basta-lhe.
Ela é simplesmente ela, irreverente, rebelde, aparentemente fria, mas sem que o seja realmente; no entanto isso poucos ou nenhuns o sabem. Ela não se importa que o não saibam, porque ela sobre qualquer coisa, é genuína.
Ela sorri, ama a chuva, e a noite é uma das coisas que entre tudo mais a fascina…
Não é que ela não adore o sol, mas ele é aberto, espontâneo e às vezes isso assusta-a; porque –nela, há um toque de fantasia, magia e mistério.
Ela é assim, solitária, pequena, discreta, reservada e insegura. Ela é um poema escrito com versos soltos, é a música que cantou, o livro que leu… as palavras que ao longo da vida escreveu… é um pouco de tudo o que aprendeu. Ela é os dicionários que folheou, as mãos de tanta gente que apertou, é os abraços que distribuiu, é a falta que sente por tudo o que perdeu. Ela é as batalhas que não travou e que lhe impuseram, é o que fez de si, e o que lhe fizeram. Ela é a vós com a palavra amiga, é a cura para as feridas.
Ela é contadora de histórias, é a imagem refletida no espelho que ninguém observa… é a realidade que existe por trás do pano que é o teatro da vida.
Ela é o que não se explica, porque a vida dela não foi criada para se explicar, mas sim, para viver.
Ela é o tempo que sobra, ou quem sabe a falta dele… é o porto de abrigo para quem navega sem conhecer o destino, é o calor reconfortante em meio à tempestade. Ela é talvez aquilo que tanta gente procura, mas nunca encontra; e no entanto, ela está sempre lá, tão visível e única que até se torna invisível, e talvez por isso, ninguém vê.
Ela gosta de tocar o impossível, o inatingível é o que a prende, e por isso ela esconde-se.
É que amar de verdade, fez dela o ser mais magoado de sempre.
Mas ela, mesmo envolta na dor, sonha, acredita, e todos os dias luta e enfrenta corajosamente os seus fantasmas, as suas amarras, e abraça o que ainda tem.
Ela é assim. Um ser vivo que sobrevive, com a aparência de quem vive sem saber bem porquê ou para quê.
Ela sou eu, só, assim. Um tudo, ou um nada. Mas para sempre, como sempre, aqui!
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Eu estava a pensar que tinha descoberto a polvora e que nos comentários ia te identificar como sendo o alvo desse texto e... acusaste te logo pá!
ResponderEliminarEstá excelente, como sempre!
Sim... esse texto descreve-me... mas creio ser também um bocadinho daquilo que podem ser as minhas leitoras. Oh, lol! denunciei-me logo! xd mas acredito que mesmo que não me tivesse denunciado, tu saberias que era eu. :)
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