Entro pela casa
num rompante, num momento.
É que amar-te ou amar-nos, já não basta.
Porque me cansei de ti, ou de nós. Mas se
não discutíssemos tanto… quem sabe
eu nos amasse, como outrora.
Os pianos e violinos das nossas vidas calaram-se.
Agora só resta o que não existe na pequenez do nosso nada.
Nada que foi tanto, num tempo que acabou.
Dás-me um beijo na testa e, voltas-te defronte para a porta
com a intenção de saíres.
Eu por algum motivo sei que
voltar, não voltas.
Mas deixas como sempre, gentilmente no ar, a promessa
De que virás se eu precisar de ti.
Eu não vou precisar e, tu não vais voltar
E, nós vamo-nos perder
nos fragmentos do tempo,
assim como as pétalas de sangue das nossas feridas
que se perderam por aí.
*
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