E de que nos serve a ausência, se a presença não é mais do que miragem?
E de que nos servem os medos, se os desassossegos, não tem fim ou paragem?
E de que me serve o resto da história, se a memória se me falta sem saber como ou porquê…
E de que me servem os desabafos, os livros, os gritos mudos; pedaços de nada
que ninguém vê.
E de que me serve a saudade, o fogo gelado que me paralisa o corpo e a mente.
E para que quero o dia, a pergunta vazia, e o pranto calado?
E de que me servem as folhas brancas, os restos de alma, a falta de calma, e a ferida em sangue?
E de que resto de mundo, que pedaço de tudo, dá a forma ao que escrevo?
E o que me dizes tu agora, meu leal desassossego?
E de que fim pinto o poema que se me termina nas mãos, me desafoga o peito, e grita por mim?
E de que palavras não ditas, se fazem as respostas que não mais sei de ti.
Fim.
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