Não tenho laços, medos, espaços…
Não tenho sentidos, temores, limites…
Não tenho alma, calma, coragem…
Não tenho sorte, morte, miragem…
Não tenho força, alento, certeza…
Não tenho vida, momentos, tristeza…
Não tenho certo, errado, ternura…
Não tenho brilho, sorriso, amargura…
Não tenho ausência, vontade, mentira…
Não tenho porto, casa, saída…
Não tenho conforto, norte, abraço…
Não tenho loucura, desdém, cansaço…
Não tenho saudade, sombra, coração…
Não tenho caminho, voz, emoção…
Não tenho rédeas, amarras, farol…
Não tenho rio, onda do mar, raio de sol…
Não tenho poema, canção, poeta…
Não tenho contrário, contraste, nuance…
Não tenho palavras, história, romance…
Não tenho a chave, a porta aberta, chão seguro…
Não tenho delírios, pretéritos, futuro…
Não tenho tudo, não tenho nada, nem o não sei…
Não tenho começo, fim ou lei…
Não tenho palácio, castelo de areia, ou sonho…
Não tenho o que tenho, o que me dão e o que disponho…
Não tenho o que peço, o que esqueço e ofereço…
Não tenho o que quero, o que venero o que mereço…
Não tenho o que resta, o que não presta, o que não nego…
Não tenho o positivo, o negativo, o meio termo…
Não tenho o alento, o tempo, o sossego…
E apenas tenho lembranças, o corpo, o desapego.
Fim.
como sei o que passas tds os dias minha amiga.
ResponderEliminarEu sei que sabes... sei que podes entender muitas coisas. Arthurzinho... :)
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