quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Caleidoscópio

 

Aqui e agora, vemos as voltas do caleidoscópio,

que gira na cabeça, de quem sem o sono ficou.

Voltas com rumo e outras sem ele;

voltas de quem, ao sonho não voltou.

São as voltas de quem se não fica

por voltar ao passado revoltado

 - Hás imagens coloridas de uma volta ao passado.

 

Nessas voltas e revoltas,

volta o caleidoscópio a girar, e

traz mais imagens de outras voltas,

de quem volta a acreditar,

 

que para voltar nunca é tarde;

num voltar com vinda certa.

E só quem não volta a ser quem é,

não volta a ver a volta da vida, de mente aberta.

 

No voltar da consciência,

volta o medo e a razão;

numa imagem silenciosa e indefinível

 - no voltar da sensação.

 

E volto ao ponto que já perdi,

numa dessas minhas voltas revoltadas.

Gira o caleidoscópio nas mãos de quem

vê as imagens sem dizer nada.

 

E é meu, mais um momento de lembranças;

de palavras e sonhos nestas voltas.

Sonhos de abraços perdidos e outras vidas

 - no caleidoscópio das minhas revoltas e voltas.

 

E volto a voltar,

a girar, nas mãos do coração o caleidoscópio;

para que possa voltar a ver

a volta quase indivisível que há entre o amor e o ódio.

 

Nas voltas coloridas do caleidoscópio da vida,

às vezes vemos o que somos, e o que nunca seremos.

Mas para vermos tudo outra vez...

voltamo-lo a girar, se o coração deixar.

Se pudermos .

 

Eu vou voltar a voltar a trás;

quero rever tudo, e sei que vou ser capaz:

de voltar voltando,

em mais uma volta de cores e lembrança;

como um caleidoscópio de brincar, nas mãos ternas de uma criança.

 

E não voltarei, à revolta contida de antigamente

 - vou girar o caleidoscópio da minha vida,

até poder ver o arco íris de um sonho que chega,

suave… solto… brilhante.

 

*

 

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