Aqui e agora, vemos as voltas do caleidoscópio,
que gira na cabeça, de quem sem o sono ficou.
Voltas com rumo e outras sem ele;
voltas de quem, ao sonho não voltou.
São as voltas de quem se não fica
por voltar ao passado revoltado
- Hás imagens coloridas de uma volta ao passado.
Nessas voltas e revoltas,
volta o caleidoscópio a girar, e
traz mais imagens de outras voltas,
de quem volta a acreditar,
que para voltar nunca é tarde;
num voltar com vinda certa.
E só quem não volta a ser quem é,
não volta a ver a volta da vida, de mente aberta.
No voltar da consciência,
volta o medo e a razão;
numa imagem silenciosa e indefinível
- no voltar da sensação.
E volto ao ponto que já perdi,
numa dessas minhas voltas revoltadas.
Gira o caleidoscópio nas mãos de quem
vê as imagens sem dizer nada.
E é meu, mais um momento de lembranças;
de palavras e sonhos nestas voltas.
Sonhos de abraços perdidos e outras vidas
- no caleidoscópio das minhas revoltas e voltas.
E volto a voltar,
a girar, nas mãos do coração o caleidoscópio;
para que possa voltar a ver
a volta quase indivisível que há entre o amor e o ódio.
Nas voltas coloridas do caleidoscópio da vida,
às vezes vemos o que somos, e o que nunca seremos.
Mas para vermos tudo outra vez...
voltamo-lo a girar, se o coração deixar.
Se pudermos .
Eu vou voltar a voltar a trás;
quero rever tudo, e sei que vou ser capaz:
de voltar voltando,
em mais uma volta de cores e lembrança;
como um caleidoscópio de brincar, nas mãos ternas de uma criança.
E não voltarei, à revolta contida de antigamente
- vou girar o caleidoscópio da minha vida,
até poder ver o arco íris de um sonho que chega,
suave… solto… brilhante.
*
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